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Hoje tem “Ex-Pajé” no 5º Cinefront – saiba mais sobre o filme

  • Publicado: Sábado, 13 de Abril de 2019, 08h54
  • Última atualização em Sábado, 13 de Abril de 2019, 09h00

 

 Ex Paje 01

O 5º Festival Internacional Amazônida de Cinema de Fronteira, o Cinefront, vai para mais um dia de programação e, hoje, exibirá o filme “Ex-Pajé”, às 19h no Cine Marrocos (Velha Marabá).

Lançado em 2018, o longa tem direção e roteiro de Luiz Bolognesi, e conta a história de um poderoso pajé que passa a questionar sua fé depois do primeiro contato com brancos. O pajé tem sua religião julgada como demoníaca, mas, a missão evangelizadora comandada por um pastor intolerante é posta em cheque quando a morte passa a rondar a aldeia e a sensibilidade do índio em relação aos espíritos da floresta mostra-se indispensável.

Após o filme, haverá uma roda de conversa entre o cacique Nezinho, da aldeia Indígena Akrãtikatêjê, os professores Fabiano e Amintas Lopes e o público presente sobre as questões apresentadas no longa.

Assista ao trailer:

 

 

 

Ex-pajé

Ex Paje 02Em entrevista ao jornal “O Globo”, Bolognesi conta que estava preparando um documentário sobre conhecimentos, saberes e ciências de oito pajés. Ao chegar à aldeia Paiter Suruí, localizada em Rondônia, em 2015, perguntou pelo pajé. “Não temos... O que a gente tem é um ex-pajé", e aí me levaram ao Perpera, que estava vestido com essa roupa que aparece no filme: um terno dois números maiores”, disse o diretor.

O documentário mudou. Durante um mês, acompanharam a vivência de Perpera na aldeia, entre flagrantes e reconstrução de situações em que os indígenas são atores para mostrar como a evangelização neopentecostal ativou o processo de marginalização e exclusão do pajé.

“Não houve ameaça ou violência direta. Os pastores ordenam aos convertidos que deixem de cumprimentar o pajé, que virem o rosto para ele, que não mais o ajudem. É um processo de marginalização social somado a um bullying psicológico pesado. É uma estratégia de perseguição e de isolamento destrutiva. Como resultado, o pajé se ver forçado a se declarar ex-pajé, por absoluta pressão. E após essa destituição ele é "acolhido" pela igreja”, afirma Bolognesi.

O filme mostra as estratégias de Perpera de resiste à sua nova condição: zelador da igreja. Condição essa em troca de ajuda de custo, já que seu poder simbólico, religioso e científico passa a ser ignorado em sua comunidade.

“O filme, portanto, conta a história de um único personagem, o Perpera, um homem que representa, também, toda essa história de 500 anos de violenta evangelização e de perseguição religiosa contra os índios. Algo que agora assume uma nova forma, através dos segmentos fundamentalistas da igreja evangélica. O filme, então, flagra uma retomada da resistência dos pajés, que estão lutando para existir e sendo perseguidos há cinco séculos”, conclui.

O longa já recebeu diversos prêmios: menção honrosa como documentário no 68º International Berlin Film Festival – Alemanha (2018); melhor fotografia no 28º Festival Présence Autochtone – Canadá (2018); Hugo de Prata de documentário no 54º Chicago International Film Festival - Estados Unidos (2018) e Prêmio Abraccine de melhor documentário no 23° Festival Internacional de documentários - É Tudo Verdade (2018).

Confira AQUI entrevista completa.

 

 

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